sábado, 30 de maio de 2009

Eu estava doidão

Várias notícias, reportagens, pesquisas e estudos já foram feitos sobre a sensação de bem estar ou euforia causadas pela endorfina, mas nunca vi nenhuma conclusão concreta sobre isso. No entanto, eu tive a prova cabal, a corrida “dá barato”.
Foi a 1ª vez que realmente me preparei para uma prova, eu dediquei quatro semanas à 26ª (meia) Maratona Internacional de Porto Alegre. Diante desse empenho, a expectativa foi proporcional à felicidade de realizá-la. Somados esses fatores à felicidade da patroa com a boa rústica (*) mais e endorfina dos 21km, posso dizer: eu fiquei doidão.
Quando bebo além da conta, sou o pior tipo de bêbado que existe, tem bêbado que chora, tem aquele que apaga, o que vira machão, mas eu não. Eu sou o bebum pilhado, viro melhor amigo de um desconhecido, abraço as pessoas, tento manter papo cabeça, fico inconveniente entre outras chatices, por isso programo poucas passadas da conta etílica.
Descrevi minhas características quando gambá comprovar que fiquei doidão na Maratona de Porto Alegre. Estava tão influenciado pelo barato da endorfina que fiz coisas que só faria bebum:
1) Cantar em voz alta do nada, sem mais nem menos. Já comentei o caso do Eduardo e Mônica no post anterior.
2) Papo cabeça. A conversa que tive com o “paraibano com coragem de gaúcho” foi uma coisa meio sem pé nem cabeça, cada um exaltando os feitos do outro. “Véio, ti consssssidero para caraio!”.
3) Ser inconveniente. Como apertei o passo junto com a figuraça alcançamos o Crispin (do caso Eduardo e Mônica) e brinquei com ele, que respondeu a brincadeira. Porém eu estava tão doidão que insisti três vezes para ele nos acompanhar. Só um chato para querer mudar o planejamento de um desconhecido, ainda mais se tratando de um planejamento sobre 42km.
4) Abraçar desconhecidos. Depois do sprint final e cruzar a linha de chegada, estava tão faceiro que abracei o paraibano, ele tb estava feliz e retribui o abraço.
Isso que só fiz a 21km, quando fizer uma maratona caio em coma endorfinica. Será que existe ACA (Alcoólatras Corredores Anônimos)??

(*) a “boa rústica” não está relacionada com o tempo líquido e sim com outros fatores
.
.
.
.
.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

21km, 1 troféu e monte de coisa boa

O título desse post resume a 26ª Maratona de Internacional de Porto Alegre para mim. Depois de quatro semanas seguindo quase religiosamente ao que me propus, estava preparado para o desafio dos 21,1km. Dentre o pessoal que corro não havia companheiro para fechar comigo os 42,196km, então acharam parceria nos corredores da RBS (de quebra ainda pude aproveitar a infra estrutura deles).
Minha dupla é “burro-véio” das meias, na 3ª do CORPA fez em 1h:32’, enquanto eu era o humilde iniciante. Ele poderia me ver como o pangaré que atrapalharia o tempo total da prova, mas não, foi super gente boa e me incentivou bastante.
Minha mulher correu a rústica, então chegamos bem cedo e aproveitei para conhecer ao vivo minha dupla. A patroa fez uma boa corrida e chegou bem faceira, a felicidade dela foi um plus na minha motivação.
Depois da “comemoração” com minha mulher e com os amigos que correram a rústica, fui fazer a preparação pré-prova: Regata da corrida, ajeitar os tênis, gel no bolso, viseira e mp3 (primeira vez que usei em uma prova, mas tb eram os primeiros 21km).
No caminho entre as barracas dos grupos de corrida e a área de transição, encontrei um conhecido e fomos num trotezinho e conversa bem bacana. Chegando na área de transição, mais conhecidos e mais conversa: “Tua primeira meia tb?”, “Vamos lá”, “Boa sorte”...
Minha dupla pretendia fazer em 1h:30’, mas acabou fazendo em 1h:40’, ele ficou brabo com o desempenho dele, eu como bom pangaré iniciante estaria bem faceiro terminando abaixo de 1h:45’. Saí bem tranqüilo, meu primeiro km foi em 5’:15’’, a partir daí parei de medir com precisão, bastava para mim que girasse perto dos 5min/km.
Cruzei com o vencedor masculino próximo ao Iberê Camargo. Ele, os batedores, o carro da Gaúcha e toda a marra dele... Que bandana balaqueira! Acho que mantenho aquela velocidade, por uns 50m...
Cruzar com um cadeirante é motivador, chego a me arrepiar quando vejo esses guerreiros. A subidinha da Av. Guaíba vai ficar marcada para sempre na minha memória. Depois de 32km encarar aquela subida, tem que ser muito casca-grossa! Enquanto eu subia, passei um cadeirante (Almir é o nome dele, o número eu nçao lembro) e ficamos nos passando algumas vezes, ele chegou a me dar o gás “Vamos lá, campeão”.
Lá pelo final da Av. Guaíba aconteceu outro lance legal, eu tava bem faceiro e no mp3 começou a tocar Eduardo e Mônica do Legião. Só que ao invés de cantar baixinho acabei cantando em voz alta, e um maratonista que me passava terminou de cantar, o nome dele é Crispin, acabei passando ele depois com ajuda de outra figura.
Quando eu estava passando novamente no Iberê Camargo ouvia uns gritos, alguém falando alto, com sotaque carregado do Nordeste. Atrás da Imperadores essa figuraça me alcançou, ele vinha lendo os nomes e brincando com o pessoal. “Quem quiser ir devagar vem junto comigo”, “Vamos que esse piquenique já ta acabando”, “Faz três horas que estou tentando alcançar o Fulano e agora estou conseguindo pq ele deixou. Vamos Fulano, deixa eu acompanhar o teu ritmo”... Tb gosto de uma brincadeira, então o que ele falou para mim eu respondi. Tive que apertar o passo para ir conversando e brincando com ele até o final, ele falou muito bem de nossa Maratona, disse que era uma das melhores do Brasil, que irá correr a de São Paulo... Como apertei o passo acabamos passndo o Crispin que havia cantado junto comigo Eduardo e Mônica.
Para muitos essa figuraça se apresentou como “paraibano de coragem de gaúcho”.
Nos últimos 200m ainda rolou um sprint final com direito a “pega” para ver quem cruzava na frente, pelo tempo oficial ele passou 1 segundo na minha frente. Uma pena não ter os contatos dessa figuraça, EDUARDO JOSE DOS SANTOS que correu com o número 01195.



Ao final de tudo isso, ainda rolou um troféuzinho de 5º colocado na categoria Dupla Masculina Empresa.


Diante de tudo, só posso guardar ótimas recordações da minha (meia) Maratona Internacional de Porto Alegre.
CATEGORIA: 2N - DUPLAS MASCULINO - EMPRESA

1 02693 DIADORA/CAMPOSRUNNING M 02:41:26 15,683 RONIE/RUDIMAR
2 02670 SOPRO DE VENTO M 02:41:33 15,671 CLAUDIO/GERSON
3 02691 BETO COMERCIAL DE COMBUSTIVEL M 02:56:20 14,357 JOCELI/JOSE
4 02694 ESPORTA ACADEMIA M 03:19:44 12,675 EDUARDO/JOSE
5 02685 RBS 11 M 03:22:20 12,513 CARLOS V./CARLOS F.
6 02682PFITNESS HALL 7 M 03:26:11 12,279 MARCELO/ALEXANDRE

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Dever cumprido para a (meia) Maratona Internacional de Porto Alegre

Depois da decisão de correr 21km influenciada pela endorfina e pelo álcool na noite do 3ª Meia Maratona do CORPA, o dever está cumprido. O super treino estipulado pela minha cabeça doentia foi cumprido.
Em função do aumento do volume minha canelite voltou, já encomendei o antiinflamatório, o gelo já está nas canelas e na semana que vem vou ao médico contar que estou me automedicando. Além de me ‘autotreinar’, ambas as situações sem qualificação e competência.
Essa semana foram os três últimos treinos antes da prova: no domingo um longo, na terça 45min leve na esteira e hoje 45min leve na rua (maior parte do tempo no Parcão).
Agora é esperar até +ou- 8:45 de domingo (hora que minha dupla deve terminar a 1ª metade) descansando e me alimentando bem para a minha primeira meia maratona.

NRO. NOME SEXO DT.NASC. EQUIPE/PATROCINADOR
02685 RBS 11 M 24/04/1970 CARLOS V./CARLOS F.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Passando de fase

No domingo 10 de maio, Dia das Mães, levantei antes da família para dar uma esticada no treino. Foi uma boa corrida com clima favorável e todos os quesitos necessários para um bom desempenho. Antes de descrever o longão de domingo, comento todas as “passagens de fase”.
5km=> Minha primeira prova na vida foi de 5km e foi a 3ª vez que corri na vida. O lugar onde minha mulher trabalhava e um amigo ainda trabalha montou uma equipe para correr a 2ª Maratona de revezamento Paquetá, mas faltava um para fechar o time. Esse meu amigo falou para minha mulher “O Feoli não é metido a casca-grossa? A atleta? Ele será o oitavo membro do revezamento”. Faltava umas três semanas para a corrida, programamos 6 treinos para não fazer feio na prova. Por motivos de agenda, treinamos duas vezes, em cada um foram duas intermináveis voltas na redenção. No dia 12 de novembro de 2006, terminei 7ª perna da prova em 27’:40’’.
11km=> Nunca havia corrido essa distância na vida, não me lembro bem o porquê minha mulher botou uma pilha para corrermos a prova de 150 anos da mantenedora do colégio onde estudei. Na época, eu dava umas corridinhas sem nenhuma constância, nunca ouvira falar em intervalado, fartleck, longão, regenarativo... Pois bem, no dia 8 de junho de 2008 na hora marcada, estávamos a patroa, eu e um casal de amigos alinhados na largada, com um frio e chuva do cão. 56’:43’’ depois eu cruzava a linha de chegada.
10km=> No dia 10 de agosto de 2008, “para variar” eu e minha mulher corremos a EcoRun, fiz em 47’:40’’ minha primeira prova de 10km. Ficamos encantados com a prova, a organização do evento junto com um DIA LINDO encantaram. A partir dessa data, nos interessamos de vez por esse mundinho de corrida, o tal do running...
Meia Maratona=> Depois da 26ª Maratona Internacional de Porto Alegre, eu conto como foi, mas diferente dos meus primeiros 11km, estrearei na Meia já tendo corrido a distância.
Depois de relativa preparação, a “planilha” reservava o domingo das Mães para um longão de +ou- 20km. Na véspera, escolhi o itinerário, separei o gel (que pela primeira vez tomei) e fui para a cama pensando na corrida, pela 1ª vez passaria de 20km se concluísse ao proposto.
O treino em si não teve grandes emoções, já conhecia todo o percurso. Tudo bem planejado, concluí 22,93km em 1:46’:47’’ com direito a fechar as mãos, olhar para o céu e falar em alto e bom tom “Boa, guerreiro, tu é cascudo!!”.
O surpreendente é que essa distância nesse tempo da um pace de 4’:39’’, que para mim é ótimo! Vai explicar, maior distância com o bom pace...

Veja o trajeto


.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Boa educação

Essas coincidências da vida... Ontem aconteceu algo que o post desse blog comenta. Decidi escrever tb sobre isso.
Por volta das 13h estava entrando no estacionamento do Nacional do Iguatemi e parei para um corredor passar e três coisas vieram a minha cabeça.
1) Outro carro tb parou, um só corredor "fez" dois carros pararem. Poucas vezes isso aconteceu em Porto Alegre. Muita educação ou dois corredores dirigindo? Ou um corredor e um metido a corredor (eu)?
2) Muita educação mostrou o corredor, simplesmente levantou os dois dedões e apontou para mim e para o outro motorista. Simples, fácil e como tem que ser.
3) Não parei só por educação, parei por dois outros motivos: 1º gosto de me sentir educado, quando tem gente comigo costumo me gabar até; e 2º gosto quando outros motoristas param para que eu não precise mudar o ritmo da minha corrida. E isso é raro. Quando acontece, faço questão de mostrar gratidão para que esse educado motorista faça isso mais vezes.
Mas quando não acontece faço questão de mostrar minha discordância. Aquelas listras pintadas no chão dão a preferência ao pedestre, caso os motoristas não saibam. Muitas vezes motoristas avançam sobre a faixa para andar meio metro e parar novamente, isso quando não param em cima... lixam-se para o pedestre. Mostro a eles que os acho mal educados, falando que na faixa não pode parar ou sendo irônico e os chamando de "educados".
Tenho certeza que se todos começarem a praticar, ao menos, um único (saliento pq é rídiculo fazer um só) ato de educação por dia, nossa corrida será muito melhor, o treino dos ciclistas tb, assim como o trânsito... enfim o dia te todos.
Edição:
Hj, duas horas depois de escrever sobre educação ao trânsito passo por isso. Ao término de uma loucura que faço na Redenção (algo entre fartleck e intervalado), estava atravessando a Venâncio Aires pela Osvaldo Aranha, ali os carros acabam ficando completamente parados no cruzamento. Me aproveitei disso para passar por entre eles e entrar na calçada só em frente à galeria. O motorista de um fox preto me viu e quando eu estava passando em frente ao carro, arrancou e freiou. Ficou claro que era uma demonstração de poder, que ele estava me recriminando por estar passando a três metros da faixa de segurança. Cada uma que aparece...
Editado as 20:04

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mais uma vez o psicológico

Outra vez escrevo algo relacionado aos fatores intangíveis que influenciam o rendimento. Essa vez a influência não foi positiva como da outra vez, foi negativa. Minutos antes de sair tive uma discussão feia com minha mulher, estou numa fase ruim e as vezes isso vem a tona. Acho que um dos motivos por que a corrida tomou papel importante no meu dia a dia se deva a isso, preenchi um espaço ruim com uma coisa boa.
O treino de terça (5 de maio de 2009) estava previsto para ser o leve da semana, e de fato foi. Mais leve até que esperava. Em função da discussão, me atrasei e não teria tempo para cumprir a quilometragem prevista, adeqüei o trajeto ao tempo e fui.
Como a situação sempre pode piorar, a braçadeira do mp3 tinha sido lavada e ainda estava molhada. Além do atraso, a falta de uma distração sonora me fez correr pensando na discussão e como é difícil resolver a situação.
Saí do Parrila Del Sur, em direção à Vicente da Fontoura, por onde iria até a Ipiranga, depois até a PUC e volta pelo mesmo caminho. Assim que cheguei à Ipiranga vi que o negócio não ia ser bom, as pernas doíam e o gás já estava curto com menos de 10min. Tratei de pensar em outra coisa e, ao menos, terminar ao que me propus: trotar por 10km.
Terminei o percurso de 9,92km em 50’:26’’. Agora, tenho que me entender com a patroa e resolver esta situação que gera as discussões. O mais fácil será terminar os 21km na Maratona Internacional de Porto Alegre.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Subindo a Serra

Quem sai aos seus não degenera. Meu pai é o fã número 1 de Gramado, e acho que essa preferência veio para mim na herança genética junto com a hipertensão, a rinite alérgica e a bronquite. Meu pai gosta tanto de lá que já fez algumas “maldades” comigo e com meu irmão: com 14-15 anos passei um réveillon e até o carnaval em Gramado, imaginem o quão legal é, todos meus amigos virando as noites no Ibiza em Atlântida e eu em Gramado.
Esse feriado minha mulher, minha filha e eu passamos na Serra e vi que gosto muito de lá. A maior parte das ruas são asfaltadas, cada canteirinho é bem cuidado, a coleta de lixo funciona... é quase 1º mundo. Como decidimos subir a serra na noite de 1ª de maio tivemos dificuldade em conseguir hospedagem. Acabamos ficando na Pousada Recanto da Natureza, simples e boa, mas há 6km do centro em direção a Taquara. Curtimos bastante, comemos muito e eu dei uma boa corrida.
Há tempos vinha com vontade de dar uma corrida por lá, acho que as ruas largas e asfaltadas com subidas e descidas despertaram o interesse. Porém, eu estava 6km abaixo dessas ruas e não podia ir com o carro até lá, caso a família acordasse ficariam presas à pousada. Restou trocar o longo de domingo por uma corrida lomba acima, e depois lomba abaixo.
As 7h acordei, peguei o que era necessário para correr e as 7:50 estava na rua, fui até a Av. 1º de Maio, onde comecei a correr, até a RS115. Subi durante 2km e pouco e resolvi voltar, estou acostumado a subir a D. Pedro II em Porto Alegre, e ela é “plana” perto dessa parte da RS115. No blog O Longe não existe, o autor comentou que fez uma preparação subindo de Igrejinha a Gramado, o cara é casca-grossa, eu quebrei.
Depois desses 2km e pouco dei meia volta, a descida tb foi lenta segurando o ritmo. Quando cheguei ao ponto que entrei na estrada, decidi ir até o Pórtico. Foi a única parte plana que peguei na corrida. Chegando ao Pórtico vi uma placa acusando 2km até o zoológico, resolvi ir até lá, para baixo todo santo ajuda.
Nesse ponto a estrada é bastante sinuosa e sem acostamento o que torna perigoso o percurso, cada curva os carros passavam muito perto de mim. A solução foi correr pela canaleta de escoamento, o clima seco tornou um ótimo corredor para corrida.
Na entrada do Zoológico dei meia volta e subi até o ponto que entrei na estrada e depois o desaquecimento até a pousada. Foi uma corrida árdua, com o pace mais lento desde que comecei a mensurar meus treinos no Excel, foram 6’:02’’min/km lomba acima, somando 9,26km em 55’:52. Veja +ou- o trajeto.
A vontade de correr pelas ruas de Gramado ainda continua, vou ter que criar outra oportunidade para saciá-la.